Agora surge o segundo romance de Toreto, feito a quatro mãos. O co-autor é Marcus Aurelius Pimenta, um jornalista, assim como Toreto. "Terra Papagalli" (Companhia das letras, 196 páginas) é o título do livro. A ideia central é excelente. Conta-se a descoberta do Brasil do ponto de vista de um degrado, tratado a pontapés pela tripulação e deixado na costa brasileira pela expedição de Pedro Álvares Cabral junto com outros colegas.
Infelizmente não foi fragmentação ousada e profunda a escolha pelos autores de "Terra Papagalli". O livro passa a impressão de ser uma paródia do verdadeiro livro que deveria ter sido escrito. Em nenhum momento o personagem central chega a convencer, embora sinta-se um esforço dos autores para torna-lo engraçado, espirituoso, vivaz. Este talvez seja o principal problema do livro: uma excessiva preocupação com o virtuosismo literário, com a frase de efeito. A alma do degradado não está ali. A epopéia, o mito das grandes navegações, chega mitigado ao leitor. Exemplifico esta impressão no seguinte trecho, cheio de clichês e lugares-comum.
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